"Desde o primeiro dia de nosso encontro, quando me ofereceu sua inesquecível Dança Brasileira, eu e Villa-Lobos estávamos de acordo em considerá-lo o melhor compositor brasileiro".
Artur Rubinstein

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Concerto n° 2 para violino e orquestra (1953)



"O Concerto nº 2 é a mais controversa das três obras  [Choro para violino e orquestra (1951) e Concerto n° 1 para violino e orquestra (1940)]. Faltam informações sobre vários fatos importantes que cercaram sua criação." A primeira página de sua redução para violino e piano traz dedicatória a Henryk Szeryng, mas sua estréia só ocorreu em março de 1956, em São Paulo, com solo de Anselmo Zlatopolsky e a Orquestra Sinfônica Municipal dirigida pelo compositor. Ele foi executado em Berlim, provavelmente em 1972, com solo de Götz Bernau e a Orquestra Sinfônica de Berlim dirigida pelo maestro português Álvaro Cassuto.

"Como uma surpresa, o concerto começa com a cadência do violino solo antecedida apenas por um rápido crescendo dos tímpanos e harpa". "O compositor deu ao intérprete a opção de não fazer a cadência, indicando-a ad libitum, mas ela tem funções que dão certa originalidade à obra. [...] Contém essa cadência elementos temáticos do terceiro e do segundo movimentos, pelo que significa uma espécie de antecipação estética, e é vazada numa escrita que, pela riqueza e complexidade, atende, sem prejuízo para a funcionalidade do trecho, à tradicional exigência de virtuosidade."

"O primeiro movimento, Allegro energico, é monotemático e sua exposição começa logo após o final da cadência. [...] Como nas duas obras anteriores para violino e orquestra, o desenvolvimento segue imediatamente a exposição na forma de variações sucessivas do tema a cargo do violino solo como principal entidade melódica e condutora.

No quarto compasso do segundo movimento, 'Triste', "a primeira clarineta apresenta uma melodia muito expressiva que o compositor denominou 'refrão' [...]. Apenas no compasso 19 aparece o tema principal, tocado na quarta corda do violino [...]. Refrão e tema têm a mesma dimensão (15 compassos) e uma forte cor modal".
No terceiro movimento, Allegro giocoso, Guarnieri retoma a forma A-B-A' empregada no movimento análogo do choro anterior. O primeiro tema "é exposto pelo solista após quatro compassos introdutórios da orquestra, cheios de força rítmica, estabelecendo grande contraste com o movimento anterior." O segundo tema aparece "após um episódio em que predominam a alternância de diferentes compassos e maior participação orquestral, principalmente dos sopros."

Na coda, 'Presto', "o solista toca uma desabalada seqüência de semicolcheias, como um moto perpetuo, interrompida somente nos compassos finais da obra para dar lugar ao crescendo final."





Segue abaixo os vídeos, executados pela OSM no Teatro Municipal de São Paulo, em agosto de 2008, sob a regência de Lutero Rodrigues e o solo ao violino de Luiz Filipe. Filmado pela Berço Esplêndido, sob a direção de Carlos de Moura Ribeiro Mendes, para o projeto "Camargo Guarnieri - 3 Concertos para Violino e a Missão", realizado pela Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo e pelo Centro Cultural São Paulo, sob o patrocínio pela Petrobras. 










Retirado do Centro Cultural:
http://www.centrocultural.sp.gov.br/cg/compositor.htm
                                                                               
                                                      Postagem de: Bruno Pereira do Nascimento

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