CAMARGO GUARNIERI - Abertura Concertante (1942) &
Abertura Festiva (1971)
ABERTURA FESTIVA
Foi escrita por encomenda da Orquestra Filarmonica de SP,
para ser executada no
concerto inaugural de gala da temporada de 1971. Sua estréia
se deu em 20 de abril do
mesmo ano, sob a direção de Simon Blech.
O plano da obra é um A-B-C-B-A – CODA, isto é, três temas de
caráter diferente, mais uma Coda. Cada um dos três temas domina uma das seções
principais. Após acorde
quebrado no início da partitura, a flauta expõe o primeiro
tema. Sob o acompanhamento das cordas, uma clarinete inicia a apresentação do
segundo tema, que recebe um tratamento Fugatto confiado aos vários instrumentos
de sopro. O terceiro tema recebe forte ambientação dos trombones e dos
violinos.
Interessante notar que o compositor não indicou nenhuma
mudança de tempo ou caráter ao utilizar os três temas, dando dessa forma uma
unidade à obra. O compositor ainda utiliza as conquistas da arte musical,
naturalmente preferindo as que mais se coadunam com a sua sensibilidade, por
esta razão preferindo não mencionar qual a tendência ou estilística adotada.
Fonte: frontispício do manuscrito original
ABERTURA CONCERTANTE
Foi composta em 1942 e dedicada ao compositor americano
Aaron Copland. Quando Guarnieri voltou de sua estada em Paris após a segunda
guerra mundial, ele havia perdido os postos que ocupava como maestro e
professor. Nesse ínterim houveram diversos convites internacionais para que
Guarnieri divulgasse sua obra no Panamá e nos EUA. Como ele não tinha dinheiro
para as passagens, recorreu à Sociedade de Cultura Artística de SP pedindo
ajuda na realização de um concerto de suas obras com o intuito de angariar fundos
para sua viagem, foi aí que surgiu a encomenda desta obra pela presidente da
Sociedade, a Sra. Esther Mesquita, estreando a obra com a Orquestra da
Sociedade dia 2 de junho de 1942 no Teatro Municipal de SP sob a
regência do maestro João de Souza Lima.
Guarnieri fez a viagem aos EUA e regeu a obra com a
Orquestra Sinfônica de Boston em 1943, sendo muito bem recebida pela crítica e
pelo público, o que não aconteceu aqui no Brasil em sua estréia.
É uma obra vigorosa rica em nuances. Dividida em três seções
com a forma ABA que pode ser vista igualmente como um Allegro de Sonata.
Esta sua obra funciona como um prelúdio para sua obra
sinfônica, demonstrando sua maturidade e maestria na arte da composição.
Ian Matheus Romagnolo
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